Adolescência

Como lidar com a impulsividade na adolescência?

24 out 2022 • por Gabriella Brandão • 0 Comentários
impulsividade na adolescência

Lidar com a impulsividade na adolescência pode ser desafiador para os pais. Pensando nisso, separamos algumas teorias e dicas para lhe ajudar a entender mais sobre o assunto.

A adolescência é uma das fases mais desafiadoras da vida, afinal é nela que vivemos novas experiências, descobrimos sensações e passamos por um turbilhão de sentimentos diferentes. Principalmente por ser uma fase de muita ansiedade pelo futuro, onde todos os problemas parecem grandes demais, ainda agimos no impulso, sem pensar nas consequências a longo prazo.

De onde surgem os impulsos?

A neurociência tem algumas teorias sobre a impulsividade na adolescência. Não se pode esperar reações adultas de um adolescente justamente por a estrutura neural responsável por estas ainda estar em desenvolvimento.

Por isso, é só depois dos 20 anos que a área do cérebro responsável por controlar a impulsividade está completamente formada, o que nos permite avaliar riscos e processar emoções de maneira adequada.

Isso nos ajuda a entender um pouco mais sobre o controle da impulsividade na adolescência – em outras palavras, durante essa fase o cérebro ainda não tem essa capacidade totalmente desenvolvida.

Como isso afeta nas tomadas de decisão?

Segundo a teoria do psicólogo suíço Jean Piaget, é a partir dos 12 anos que as crianças começam a desenvolver raciocínios, ainda que abstratos, e aprendem a ser menos autocentradas. É nesse início de adolescência que se desenvolvem capacidades de considerar situações hipotéticas.

Nesse meio tempo, também se cria o pensamento sobre perspectivas diferentes, caminhos alternativos a serem seguidos e o pensamento sobre as consequências futuras para aquilo que é realizado no presente.

Ou seja: é durante a adolescência que o ser humano se depara com a tomada de decisões pela primeira vez. Nesse período, os adolescentes dão mais prioridade ao grupo social do que à família. Além de tudo, os hormônios estão em alta! E existe a tendência de seguir a influência dos demais, o que acaba fazendo com que eles se coloquem muitas vezes em situações de risco.

Como os pais podem ajudar?

Para lidar de maneira mais tranquila com a impulsividade na adolescência, o diálogo é essencial. Converse com o seu filho sobre os principais dilemas e preocupações de forma aberta, transparente e imparcial. Ajude o adolescente a pesar os prós e contras, a dizer “não” quando necessário. Use a sua experiência de vida, trazendo argumentos sólidos e exemplos que você conhece ou já viveu para ajudá-lo a navegar esta fase cheia de altos e baixos. Mostre-se como um aliado dos interesses e bem-estar dele.

É preciso achar um balanço entre conter a impulsividade na adolescência e desenvolver a autonomia do jovem. Ainda de acordo com a neurociência, é nessa fase da vida que construímos o “cérebro social”, conceito que fala sobre nossa capacidade inata de nos relacionarmos com os outros. É a partir disso que conseguimos compreender e racionalizar nossos sentimentos e intenções, assim como dos demais. Por isso, tenha cuidado com o excesso de “nãos” e a superproteção, que podem acabar por inibir essas habilidades.

Por exemplo, reforços positivos têm um impacto positivo na construção do caráter. Aliás, o uso moderado de celular e outras telas e o incentivo de hábitos saudáveis, como uma boa alimentação, uma rotina de sono equilibrada e a prática de atividades físicas também são formas de ajudar a controlar a impulsividade na adolescência.

Para assistir

“A Estrada Interior”, disponível no Prime Video, conta a história de Vincent (Robert Sheehan), um adolescente que sofre de síndrome de Tourette. Com a morte da mãe, os sintomas da doença pioram, o que faz com que o jovem seja internado pelo pai em uma clínica. Lá, ele conhece pessoas com vivências muito diferentes, como Alex (Dev Patel), diagnosticado com transtorno obsessivo-compulsivo, e Marie (Zoe Kravitz), que sofre de anorexia. O filme retrata de forma leve os dilemas adolescentes e o processo de auto-aceitação e aceitação do outro.

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