Ao longo dos anos, descobri que culpa toda mãe existe, independentemente de trabalhar fora ou não. Quando era mãe só da Luisa, tinha muito menos culpa, mas quando nasceu o Pepe, descobri que ter o segundo filho é muito mais complicado do que imaginava. Afinal de contas, todo mundo fala que mãe de primeira viagem é muito difícil e que quando vem o segundo é muito mais fácil.

Mas para mim não funcionou bem assim. Afinal de contas, quando o Pepe nasceu, me sentia muito culpada o tempo todo! Quando estava com a Lulu, me sentia culpada porque o Pepe era pequeno e estava com outra pessoa e quando estava com o Pepe, me sentia culpada porque a Luisa estava com ciúmes e eu a tinha deixado com alguém. A culpa passou a fazer parte da minha vida, e por mais louco que possa parecer, me sentia culpada de ter tido o Pepe, afinal de contas, por um desejo meu e do meu marido, tínhamos mudado a vida da minha querida filha. Foi o caos, durante um tempo a Luisa não queria nem mais ir à escola, afinal de contas a criança absorve tudo dos pais.

Além da culpa na divisão do tempo entre os dois, a mãe que não trabalha é muito mais cobrada por todos. A sociedade hoje em dia vê a mulher que não trabalha para cuidar dos filhos como um verdadeiro E.T. e simplesmente perdemos o direito de ir ao salão fazer as unhas, porque logo aparece alguém perguntando: “e seus filhos, estão com quem?”. Essa pergunta é quase uma facada no peito, que culpa! Deixar o filho em casa com a babá ou avó para você fazer alguma coisa para si é um pecado mortal.

Sem dúvida alguma, o melhor remédio para a culpa é o tempo e você ser bem resolvida, está certa de seus atos. Mas não podemos esquecer que apesar de todo o nosso esforço para acertar, também iremos errar em alguns momentos, o erro é inevitável e com ele vem a culpa que deve ser administrada.