A educação deve estar sempre conectada com a realidade e os acontecimentos sociais. Como este ano o Brasil é sede da Copa do Mundo, isso pode funcionar como oportunidade para educar e formar as crianças para a cidadania. Além disso, é possível inserir o tema como parte do trabalho escolar, sejam nas próprias escolas ou em cursos.
A educadora e doutora em educação pela PUC-Rio Andrea Ramal dá algumas dicas de como a Copa do Mundo pode ajudar as crianças em diversos aspectos sócio-educacionais. Já a mestre em neurolinguística pela UFRJ Eloísa Lima explica como o tema pode ajudar as crianças a aprender outra língua, como o inglês, e contextualizar o evento no dia-a-dia da criança.
Para Andrea, os pais devem aproveitar este momento para estimular a prática de esportes. “O esporte aumenta a qualidade de vida em todas as idades. Ele nos leva ao desejo de superação pessoal, o que acaba se refletindo em hábitos saudáveis e uma alimentação balanceada. Esporte também envolve competências como estratégia, capacidade de lidar com desafios, habilidades de cooperação e espírito de equipe”, explica Andrea.
Ainda de acordo com a educadora, a Copa também é bom momento para tratar da postura dos torcedores, principalmente em relação a episódios como violência entre torcidas. Ensinar as crianças a torcerem com amor pelo país e pelo time, sempre com respeito pelos demais, é de extrema importância neste período.
Já no caso de crianças pequenas, utilizar a Copa para começar a mostrar as diferenças culturais entre os países é uma excelente oportunidade. Este será um dos temas que a mestre em neurolinguística pela UFRJ Eloísa Lima está trabalhando em seu curso, o Dice English Course (RJ). “Entrevistar pessoas de diferentes nacionalidades é uma ótima opção para as crianças entenderem as diferenças entre as culturas. Buscamos pessoas nativas ou que estudaram inglês por um bom tempo nos países de língua inglesa, como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália”.
O curso está ainda utilizando a Copa do Mundo para tratar de temas que incluem ainda a organização do evento como um todo: demandas finais, obras nos estádios, organização do trânsito, dos clubes esportivos, entre outros. “Essa é uma unidade bem genérica e encaixa-se perfeitamente nesse período “tumultuado” pelo qual estamos passando e que possibilita ampliar o uso da língua”, explica Eloísa.
Andrea acrescenta ainda que pesquisar os hábitos e costumes de cada nação participante também ajuda a educar as crianças para o respeito, para as diferenças e para a diversidade, além de abrir o olhar para além da própria realidade.
Ainda depois da Copa, é possível trabalhar o tema. Segundo Andrea, a ideia é incentivar as crianças a fazerem uma avaliação de tudo o que aconteceu. “Por exemplo, se houve manifestações: serviram para expressar ideias e conscientizar sobre mudanças? O que o que povo pediu? Isso é justo e necessário? Como pode ser conseguido? Aí está uma oportunidade de ligar a Copa com um evento do segundo semestre, as eleições”, orienta a educadora.
Eloísa Lima, em seu curso, também trabalhará os temas pós-Copa. O período será utilizado para discutir os lances, as melhores jogadas do torneio, os gols espetaculares, os injustiçados, os vencedores e os perdedores. Além disso, o curso vai trabalhar analisando a cobertura da mídia, possibilitando ainda mais a utilização da língua inglesa e estimulando ainda mais a interação das crianças com o tema Copa do Mundo.
Andrea Ramal é doutora em educação pela PUC-Rio e Eloísa Lima é diretora psicopedagógica do Dice English Course (RJ) e mestre em neurolinguística pela UFRJ.
A matéria acima foi uma contribuição da Trevo Comunicativa. Mas sempre gosto de emitir minha opinião sobre os assuntos aqui discutidos no site e nesse caso específico vivencio todo o processo de aprendizagem das crianças no Dice com o tema da Copa. As crianças estão todas muito envolvidas com a Copa e estão aprendendo muito e com muito prazer. Estou doida para saber como serão as atividades desenvolvidas do pós-Copa.
By Trevo Comunicativa