Educação

Como identificar o bullying infantil

29 fev 2016 • por Gabriella Brandão • 0 Comentários
Como identificar o bullying infantil

Como identificar o bullying infantil

O post de hoje pretende discutir um tema bastante delicado, cuja discussão é muito importante para o desenvolvimento da criança: O bullying. Por definição, nada mais é do que uma sequencia de repetidas agressões intencionais, sejam elas físicas ou psicológicas, por um ou mais colegas. É uma situação bastante tensa, pois a criança, muitas vezes, pode perder o interesse na escola ou no convívio com outros colegas por conta dessas agressões.

Além disso, o foco do post não será destinado apenas a problemática “meu filho sofre bullying na escola”. O objetivo é identificar, também, o outro lado da moeda: “Será que meu filho é um ‘bully’?”. Então, hoje, discutiremos causas, possíveis soluções e como identificar o problema do Bullying infantil.

O que é o Bullyng?
A tradução literal da palavra significa: intimidação. Este termo se tornou bastante conhecido devido aos inúmeros casos reportados sobre agressões, principalmente, no que se refere à violência escolar e consiste em todos os tipos de agressões constantes que, geralmente, ocorrem sem nenhuma outra razão além de amedrontar a vítima.

Na maioria das vezes, as vítimas sofrem caladas por meses – ou até anos – e é muito difícil identificar o problema, principalmente nas crianças. É um tema bastante complexo, pois a vítima sente medo, angústia e medo de forma tão intensa que podem chegar a consequências devastadoras como depressão e até mesmo suicídio.

As crianças estão muito suscetíveis a esse tipo de problema. Além disso, o bullying nas escolas é um dos tipos de violência que mais tem aumentado nos últimos anos. Nesse ponto é importante começar a notar pequenos sinais que os filhos começam a dar.

O Bullying Infantil
De acordo com alguns estudos realizados, principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, cerca de 70% já sofreram algum tipo de violência na escola, seja de natureza física, psicológica ou, até mesmo, sexual.

Nesse ponto, precisamos abrir espaço para especificar o que não é bullying. Basicamente, para ser considerado bullying, essas agressões precisam conter as seguintes características: a presença de testemunhas, a repetição da agressão, a intenção clara de ferir/atingir o alvo e, na maioria dos casos, a concordância do alvo com relação à ofensa. Sim, a vítima passa a concordar com o agressor, como se ela “merecesse” aquilo.

Mas na educação infantil é possível ocorrer o bullying? Sim! Se houver a intenção de atingir o coleguinha repetidas vezes, pode ser sim considerado bullying. Os casos de bullying na escola, mesmo na educação infantil, são bastante comuns. É perto dos três anos que as crianças começam a notar as diferenças entre elas, sejam físicas ou comportamentais, e é nesse momento que pode surgir esse tipo de problema.

As crianças que passam por esse tipo de agressão, geralmente, se tornam um pouco mais introspectivas, ou mesmo tristes. Na realidade, é difícil identificar a diferença entre as brincadeiras maldosas e o bullying, propriamente dito. Acontece entre iguais e não existe hierarquia. É mais um ataque à autoestima da criança, mas pode ocorrer violência física, principalmente, no caso dos meninos.

O sinal mais evidente de que a criança está passando por esse tipo de situação, é a perda do interesse em ir para escola e/ou a queda no rendimento acadêmico. A criança começa a buscar pretextos para não comparecer as aulas, como dor de cabeça, dor no estômago, etc.

Como combater o bullying nas escolas
Primeiramente, se você desconfia que seu filho esteja sofrendo bullying, o primeiro passo é conversar com ele. A criança – e isso se estende aos adolescentes – precisa entender que pode conversar com os pais sobre qualquer assunto. É questão de criar um vínculo de confiança entre pais e filhos, para que eles consigam expor seus problemas e, assim, obter ajuda dos pais.

O diálogo com os filhos precisa ser franco e aberto, olhos nos olhos e sem julgamentos. Eles precisam se sentir à vontade para expor essas questões. Além disso, é sugerido aos pais que, após conversar com os filhos, anotem nomes ou datas para conseguirem diferenciar se as agressões que o filho sofre são realmente bullying ou não.

O contato com a escola
Ao identificar que os filhos estão sofrendo bullying escolar, a primeira ideia que surge é de entrar em contato, imediatamente, com a escola. Antes disso, é interessante verificar o regimento interno da escola, se houver, para se informar sobre as medidas que a escola pode tomar a respeito. Ameaçar processar a escola nunca será a melhor opção, pois esta pode tomar medidas mais voltadas para evitar o processo do que para ajudar, de fato, as crianças.

Os professores, pelo menos nos primeiros anos, costumam participar de forma mais próxima da vida das crianças. É importante estreitar esses laços com o professor e pedir que eles observem se está acontecendo algo com a criança ou se notaram as mesmas diferenças no comportamento dela. Dessa forma, fica até mais fácil entender a origem do problema.

O outro lado da moeda: Meu filho pratica bullying
Pense o seguinte: se é difícil identificar quando seu filho está sofrendo bullying, imagine para identificar quando ele é que está cometendo as agressões. Nem sempre o considerado bullie, isto é, a criança que pratica o bullying mudará seu comportamento dentro de casa, ficando mais violento, por exemplo. Além disso, as vezes a criança nem ao menos sabe o que é bullying.

Caso a criança venha a demonstrar comportamento agressivo, é imprescindível que os pais consigam observar se esse comportamento é passageiro ou não. Se a devida atenção não for dada a súbitas mudanças de comportamento da criança, elas podem desenvolver traumas ou mesmo passar a descontar em outras crianças.

Lembrando ainda que a criança pode sim, por vezes, ser influenciada pelo grupo de amigos e acabar praticando abusos contra os colegas mais fracos. Infelizmente, nessa fase a criança busca aceitação dos colegas e, por vezes, farão o que for necessário para isso.

Vamos abrir um parêntese aqui sobre as os tipos de bullying praticados na escola, ou melhor, a natureza das agressões. As agressões podem surgir porque o coleguinha é gordinho, muito magro, muito alto, muito baixo, etc. Pior ainda é quando as brincadeiras maldosas passam a girar em torno de questões como cor, etnia, gênero, religião ou, até mesmo, brincadeiras de cunho homofóbico. É muito mais comum do que parece ser os meninos (e até meninas) fazerem comentários maldosos devido ao comportamento, supostamente, afeminado de um coleguinha, ou comportamento menos sensível de uma colega.

Por vezes, a criança passa a ser ofendida por algo que ela ainda nem entende direito. Por exemplo, quando a criança de uns cinco anos passa a ser chamada de gorda diariamente, talvez, ela ainda nem consegue entender o que há de errado nisso. Nesse ritmo, desde cedo ela passa a odiar seu próprio corpo e ter problemas graves de autoestima.

Busque conversar sempre com eles, não apenas para tentar identificar se ele sofre agressões, mas para saber se ele as pratica, conscientemente ou não. Algumas conversas podem ensinar não apenas aos filhos, tendo em vista que os pais, muitas vezes, passam a entender onde estão “pecando” na educação deles. Além disso, algumas brincadeiras que acontecem em casa com naturalidade, podem ser consideradas ofensivas para os coleguinhas quando praticadas na escola.

Para concluir, podemos dizer que para solucionar a questão do bullying, a principal ferramenta é o diálogo com os filhos. As crianças, com ajuda dos pais, vão conseguir entender as razões e motivações por trás do que acontece em suas vidas. De certa forma, é o nosso dever ensiná-los sobre a vida em sociedade e isso exige atenção tanto dos pais quanto dos educadores.

Inclusive, algumas escolas já vêm adotando atividades sobre bullying para crianças ou, no caso dos adolescentes, criando projetos ou mesmo pedindo redações sobre o tema.

E vocês? Já tiveram problemas envolvendo seus filhos e o bullying? Tem dicas para lidar com a situação? Compartilhe conosco!

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